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Rick Rubin sobre o ato criativo e o poder do artista no mundo

  • Guilherme Dearo
  • 16 de mai.
  • 3 min de leitura

O produtor musical que moldou sons marcantes de artistas como Beastie Boys, Red Hot Chili Peppers e Public Enemy é considerado um guru quando o assunto é ato criativo, levando questões transcendentais e místicas para o dia a dia dos artistas



A criatividade é um aspecto fundamental do ser humano. É um direito nosso de nascença.


Viver como artista é um modo de estar no mundo. Um modo de interpretar. Uma prática de atenção.


Você existe como ser criativo num universo criativo. Uma obra de arte singular.


Como artistas, buscamos restaurar aquela percepção infantil: um estado mais inocente de encantamento e apreciação, não atrelado à utilidade nem à sobrevivência.


O ato da criação é a tentativa de entrar num terreno misterioso. O anseio de transcender. O que criamos nos permite compartilhar vislumbres de uma paisagem interna que está além de nossa compreensão. A arte é nosso portal para o mundo invisível.


A obra real do artista é um modo de estar no mundo.


Se há uma regra da criatividade menos “quebrável” que outras é que a necessidade de paciência é onipresente.


Disciplina e liberdade parecem opostas. São parceiras. Disciplina não é falta de liberdade, é uma relação harmoniosa com o tempo.


O coração do experimento é o mistério. Não podemos prever aonde a semente vai levar nem se lançará raízes. Permaneça aberto ao novo e ao desconhecido. Comece com um ponto de interrogação e embarque numa jornada de descoberta.


O objetivo da arte não é alcançar a perfeição, é compartilhar quem somos. E como vemos o mundo.


Quando fazemos arte, criamos um espelho em que alguém pode ver o próprio reflexo escondido.


Criamos arte para podermos habitá-la.


Querer superar outro artista ou criar uma obra melhor que a dele raramente resulta em verdadeira grandeza. Também não é uma mentalidade que cause um impacto saudável no resto de nossa vida.


A grande arte é um convite que conclama os criadores do mundo inteiro a lutar por níveis ainda mais altos de brilhantismo.


Nunca saberemos o verdadeiro significado de uma obra. É útil lembrar que estão em ação forças além de nossa compreensão. Vamos fazer arte, e que outros façam as histórias.


A arte é muito mais poderosa que nossos planos para ela.


A única responsabilidade do artista é com a própria obra. Não há outros requisitos. Somos livres para criar o que quisermos.


O mundo é tão livre quanto permite que seus artistas sejam.


Quando se sentir incapaz de alcançar uma nota ou pintar fielmente uma imagem, lembre que o desafio não é o que você não consegue fazer, mas o que ainda não fez.


A vocação do artista é seguir o entusiasmo. Onde há entusiasmo há energia. E onde há energia há luz.


Compartilhar a arte é o preço de fazê-la. Expor a vulnerabilidade do artista é o preço a pagar.


Dentro de cada artista há uma criança que esvazia no chão a caixa de lápis de cera e procura a cor certa para desenhar o céu. Pode ser violeta, verde-oliva ou laranja-queimado.


Leve a arte a sério sem praticá-la de forma séria. A seriedade sobrecarrega a obra como um fardo. Nos impede de ver o lado brincalhão do ser humano. A exuberância caótica de estar presente no mundo. A leveza da pura diversão pela diversão.


Na arte, a sinceridade é um subproduto. Não pode ser a meta.


Cada um de nós tem um jeito próprio de ver o mundo. E isso pode causar uma sensação de isolamento. A arte tem a capacidade de nos conectar além das limitações da linguagem.


A razão para estarmos vivos é nos expressarmos no mundo. E criar arte pode ser o método mais belo e eficaz de fazer isso.


A arte vai além da linguagem, além da vida. É um modo universal de enviar mensagens entre nós e através do tempo.


O Universo nunca explica por quê.


Rick Rubin. O Ato Criativo: Uma Forma de Ser. Sextante, 2023. Trad. Beatriz Medina.


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