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6 vezes Kim Gordon sobre o poder da música

  • Guilherme Dearo
  • 13 de mai.
  • 2 min de leitura

Na sua autobiografia "A Garota da Banda", a artista fundadora do Sonic Youth e nome essencial do rock reflete sobre o poder da música e o efeito de se estar em cima de um palco



I. Para mim, se apresentar tem muito a ver com ser destemida. Escrevi um artigo para a Artforum nos anos 1980 que tinha uma frase que foi citada pelo crítico de rock Greil Marcus várias vezes: “As pessoas pagam para ver os outros acreditarem em si mesmos.”


II. Talvez para um artista é isso o que um palco se torna: um espaço que você pode encher com o que não pode ser expresso ou obtido em qualquer outro lugar. No palco, já me disseram, eu sou opaca ou misteriosa ou enigmática ou mesmo fria. Mas mais do que qualquer uma dessas coisas, eu sou extremamente tímida e sensível, como se eu pudesse sentir todas as emoções se agitando em um ambiente. E acredite quando eu digo que, uma vez que você ultrapassa essa minha personagem, não existem mais quaisquer defesas ali.


III. Alguém escreveu uma vez que entre as vidas que vivemos e as vidas que desejamos viver fica o lugar em nossas mentes onde a maioria de nós realmente vive.


IV. Vários artistas ouvem música enquanto trabalham, e muitos pensam: Por que eu não consigo criar uma obra de arte que pareça tão intensa quanto os sons que eu estou ouvindo? Eu não tenho uma resposta


V. Eu queria a libertação, a perda de mim mesma, a capacidade de estar dentro daquela música. Era o mesmo poder e sensação que se sente quando uma onda pega você e o leva para outro lugar.


VI. Talvez seja isso o que o show sempre foi, para falar a verdade. Um beijo infinito – isso é tudo o que sempre queremos quando pagamos para ouvir alguém tocar.


Kim Gordon. A Garota da Banda. Fábrica231, 2015. Trad. Alexandre Matias e Mariana Moreira Matias.

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